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Assim que o computador alcançar o nível da inteligência humana , ele a ultrapassará.
Ray Kurzweil - Cientista.
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A VISÃO DE FUTURO

A VISÃO DE FUTURO
Como você imagina sua empresa em 2020? Atingiu novos
mercados? Desenvolveu nova cartela de produtos? Estabeleceu
parcerias importantes? Tornou-se uma multinacional?
Não é muito comum entre os empresários brasileiros esse tipo
de pergunta, principalmente quando se trata de prazos mais
extensos. As empresas, no geral têm dificuldade de imaginar
quão bem sucedido será o seu futuro.
A VISÃO DE FUTURO NO DIA-A-DIA DAS EMPRESAS
1. A importância da visão de futuro
As sementes que se plantam hoje se tornarão os frutos que serão colhidos amanhã.
Independente das tempestades ou secas que vierem, se você estiver preparado
para essas adversidades, ainda sim os frutos serão colhidos amanhã. De forma
similar a esse ditado popular, as empresas que quiserem desfrutar do futuro devem
iniciar a sua preparação no presente. Apesar da dificuldade de se “prever” o
futuro, o exercício de imaginá-lo pode ser um excelente início para aquelas
empresas que desejam se destacar no mercado. Hamel e Prahalad, dois gurus da
administração moderna, em 1995, já apontavam que “a empresa que for incapaz
de imaginar o futuro, não estará lá para desfrutar dele”.
Apesar dos desafios, as
empresas brasileiras
precisam começar a
traçar seus próprios
destinos.
De uma maneira geral, os empresários brasileiros não têm consciência do poder que
a Visão de Futuro tem de direcionar e motivar o desenvolvimento de suas
empresas. Seja pelo próprio despreparo gerencial, seja pelo histórico de sucesso
que algumas empresas tiveram sem abordar questões de planejamento, ou ainda,
seja pelo cenário político e econômico do país que não favoreceu a cultura de visão
de futuro e planejamento de longo prazo na sociedade brasileira. Entretanto,
apesar dessas barreiras, é fundamental que as empresas do país comecem a traçar
seus próprios destinos, levando em consideração a dinâmica agressiva de comércio
e produção internacional.
Uma outra explicação plausível para a miopia do empresário brasileiro pode ser
identificada nos estudos desenvolvidos por Deschamps e Nayak, 1996. Esses estudos
não foram específicos para o Brasil, mas podem ser extrapolados. De forma geral,
apesar das políticas instáveis, o foco estratégico das empresas tem sido
sistematicamente redução de preço e de custo, que requerem práticas constantes
de curto prazo. O desenvolvimento de produtos e processo de maior valor
agregado não faz parte da visão estratégica das empresas brasileiras.
A visão de futuro amplia
as chances de se
identificar
oportunidades de
negócio diferenciadas.
A visão de futuro é importante para as empresas porque ela é base de todo
planejamento estratégico, que orienta as atividades cotidianas de seus sócios e
funcionários. Através de exercícios de imaginação do futuro, as chances de se
identificar oportunidades de negócios e de desenvolvimento de produtos e de
antecipar as barreiras e tendências são maiores. É importante destacar também ao
construir uma visão de futuro, as pessoas envolvidas extrapolam os problemas do
cotidiano da empresa e identificam soluções e oportunidades de maneira mais
criativa e benéfica para a organização.
􀂃 É a base do planejamento
estratégico
􀂃 Direciona as atividades
cotidianas da empresa
􀂃 O exercício de estabelecer e
atualizar a visão de futuro
permite que as pessoas
extrapolem o dia-a-dia da
organização
􀂃 Permite que a empresa invista
também em projetos de longo
prazo
􀂃 É a base do planejamento
estratégico
􀂃 Direciona as atividades
cotidianas da empresa
􀂃 O exercício de estabelecer e
atualizar a visão de futuro
permite que as pessoas
extrapolem o dia-a-dia da
organização
􀂃 Permite que a empresa invista
também em projetos de longo
prazo
Fonte: Elaboração Instituto Inovação;
http://www.sxc.hu/
Por fim, é importante destacar que a visão de futuro bem estabelecida e aceita na
empresa amplia o leque de oportunidades de investimento em projetos inovadores.
Caso contrário, os investimentos somente ocorrerão para projetos que apresentem
retorno em prazos curtos, nem sempre os mais lucrativos.
2. A visão de futuro e inovação
Uma visão clara de
futuro é condição que
antecede o processo
de geração de
inovações nas
empresas.
A visão de futuro e a inovação apresentam diversos componentes sinérgicos. Em
primeiro lugar, para inovar rotineiramente, é necessário que se identifique, antes,
objetivos de longo prazo. Em segundo lugar, ambos estão direcionados para o
desenvolvimento da empresa.
Um exemplo de como as empresas brasileiras não estão direcionadas para o futuro e
para a inovação pode ser identificado nos editais governamentais que oferecem
recursos a fundo não-reembolsável para o desenvolvimento tecnológico. De um
lado, estão as agências de fomento demandando projetos intensivos em tecnologia,
que impactem sensivelmente a empresa, a sociedade, o meio ambiente etc.
Normalmente esses projetos são de longo prazo e demandam o envolvimento de
centros de pesquisa. Do outro lado, estão as empresas apresentando, na maioria dos
casos, projetos para incremento de tecnologia já existente, com prazos de
desenvolvimento extremamente curtos e com foco primordial na diminuição de
custo de produto ou processo.
O balanceamento
entre projetos de
curto, médio e longo
prazo é o que as
empresas devem
procurar.
Entre várias explicações para esse problema, a aceitação e entendimento do dilema
entre o curto prazo e o longo prazo podem trazer alguns aprendizados para a
construção do ambiente favorável à promoção da inovação tecnológica no país. Está
claro que as agências de fomento e os centros tecnológicos falam a língua do futuro,
do longo prazo, enquanto que as empresas percebem nessas interações somente
oportunidades de curto prazo, dado que não possuem uma visão que alcance o
futuro.
BALANCEAMENTO DE PROJETOS: Curto, Médio e Longo Prazo
No início de 2006, a Maxcom, uma empresa do setor de eletrônica participante do Projeto
Apoio Direto à Inovação em Santa Rita do Sapucaí (ADI-SRS*), reorientou seus esforços
para elaborar projetos para editais públicos. Ao invés de submeter projetos de curto prazo
focados na diminuição de custo, a empresa direcionou o seu processo de geração de
idéias para identificar projetos que aumentasse o valor agregado dos produtos. Esses
projetos, intensivos em tecnologia, farão parte do balanceamento estratégico de projetos
para o longo prazo e buscarão financiamento público para o seu desenvolvimento. Os
projetos de curto prazo, por sua vez, são financiados pela própria empresa, em tempo mais hábil.
Para a construção dessa cesta estratégica de projetos, balanceando curto e longo prazo,
entretanto, é necessário que se estabeleça um referencial que indique para onde a
empresa deva apostar as suas fichas. Se a visão de futuro da empresa contemplar, por exemplo, o fornecimento de soluções para a América Latina, os projetos que poderão ser
utilizados provavelmente não serão as mesmas se as diretrizes de longo prazo da
empresa apontarem para um crescimento de participação no mercado europeu.
* para obter maiores informações sobre o projeto ADI de Santa Rita do Sapucaí, acesse o
site www.inatel.br/adi
Dessa forma, o estabelecimento de uma visão de futuro é condição necessária para
a organização de um processo sistêmico voltado a geração de inovações. Sem isso,
as inovações podem até surgir, porém de forma aleatória ou inconsciente.
3. Construindo a visão de futuro
No exercício da visão
de futuro é
importante
considerar o histórico
do mercado e da
própria empresa.
Em quais mercados a sua empresa estará atuando em 2010 e quais são as suas
rotinas como funcionário ou sócio dessa empresa? Foi essa a pergunta usada para
identificar se as empresas localizadas no Centro Industrial de Contagem (Projeto Inova-CINCO) estão direcionando seus negócios para o longo prazo. Das 11 indústrias
que participaram do projeto Inova-CINCO (ver quadro abaixo), constatou-se que 73%
delas não têm uma clara visão de futuro. Também, constatou-se que em nenhuma
delas o exercício de discutir o futuro era algo rotineiro e na maioria dos casos
(quase a totalidade) não havia uma discussão sobre o assunto com os funcionários.
O projeto Inova-CINCO, uma iniciativa IEL-MG,
contou com a participação do Instituto Inovação
na sua conceitualização, planejamento e
implementação, e tem como objetivo estimular a
criação de vantagens competitivas entre as
empresas do CINCO (Centro das Indústrias de
Contagem) por meio da inovação. O projeto está
sendo implementado em 4 fases, sendo que:
􀂃 a primeira consiste na execução de um
diagnóstico da região em relação à
inovação (histórico de inovação,
AJUDANDO AS EMPRESAS MINEIRAS A TEREM UMA VISÃO DE FUTURO
características organizacionais que favorecem ou
barram a inovação, capacidade de investimento e de desenvolvimento de projetos
etc.) e na provocação de uma visão de futuro para as empresas.
􀂃 a segunda etapa consiste na elaboração de estudos setoriais e específicos de
prospecção, como forma de estimular novamente a imaginação de futuro e como
forma de gerar insights sobre projetos de inovação e sobre orientações estratégicas.
􀂃 a terceira etapa consiste em visitas a centros tecnológicos e realização de
seminários de capacitação em desenvolvimento de produtos e processos,
planejamento e rotina de inovação e acesso a fomentos.
􀂃 a quarta e última etapa do projeto incentiva às empresas a testarem um processo
interno de estimulo a inovação e ao planejamento de projetos inovadores.
O projeto Inova-CINCO inclui a realização de dinâmicas envolvendo diretores,
gerentes e, em algumas empresas, funcionários de diversas áreas para estimular a
imaginação do futuro. Aliado a essa dinâmica, desenvolveu-se estudos de
prospecção mercadológica e tecnológica como forma de aumentar o nível de
interesse das empresas pelo futuro. Nesses estudos, foram apresentados alguns
consensos de especialistas sobre tecnologias e demandas que poderão fazer parte
dos mercados no futuro. São, dessa forma, extrapolações do presente e podem ou
não se tornar realidade.
Para construir uma visão de futuro vários fatores devem ser levados em
consideração:
􀂃 Conhecimentos atuais dos sócios e funcionários a respeito da empresa e do
negócio. Isso é fundamental para a tomada de decisão e para o
constantemente realinhamento da direção que a empresa está tomando. Aqui,
também entra o feeling do empresário. Com conhecimento, outras
informações inseridas poderão ser melhor avaliadas;
􀂃 Desejos individuais também devem ser considerados para determinar a visão
de futuro. A pergunta a se responder aqui é “para onde EU gostaria de ir”?
Quais as minhas necessidades e como o futuro poderá contribuir para elas;
􀂃 Análise da história do mercado e da empresa é importante porque permite
resgatar características específicas do direcionamento dos negócios. Por
exemplo, uma das empresas que participaram do projeto Inova-CINCO, citado
acima, realizou inovações no passado que a permitiu se tornar líder no
mercado nacional por 5 anos consecutivos. As características primárias dessa
inovação (como segurança no manuseio, tamanho dos componentes,
durabilidade, consumo de energia etc.) ainda são direcionadores de novos
produtos até hoje.
􀂃 Estudos setoriais e de prospecção podem fornecer informações relevantes
para direcionar ou alinhar os negócios da empresa no longo prazo. Também,
esses estudos são ferramentas potentes de identificação de projetos para o
longo prazo, de forma a compor a cesta estratégica de projetos.
􀂃 Relacionamento com formadores de opinião, sejam eles pesquisadores,
empresários, clientes, governo ou outros parceiros pode auxiliar as empresas
a desenvolverem melhor a visão de futuro. Esses formuladores de opinião
podem apontar boas dicas sobre oportunidades de novos negócios ainda não
vislumbrados pelo mercado.
Estudos e
Pesquisas
Estudos e
Pesquisas
Análise
Histórica
Análise
Histórica
VISÃO DE
FUTURO
VISÃO DE
FUTURO
Fonte: Elaboração Instituto Inovação
Baseado nesses fatores é importante estabelecer um processo para elaborar a
visão. As práticas mais comuns se dão por meio de dinâmicas dentro da empresa,
que podem envolver diferentes níveis estratégicos e operacionais, normalmente
com inputs de informações de tendências mercadológicas ou tecnológicas. As
dinâmicas são mais interessantes normalmente porque estimulam a reflexão de
forma orientada e faz com que mais pessoas participem dessa construção. Isso
aumenta as chances das pessoas envolverem para o alcance desse futuro
visualizado.
Algumas técnicas podem auxiliar nessa atividade de “prever” o futuro. Existem
metodologias de pesquisa, como a Técnica Delphi, que tenta identificar entre
especialistas de um mercado ou tecnologia qual o consenso das tendências de
desenvolvimento. Essas técnicas de pesquisa normalmente são mais onerosas e
menos acessíveis a pequenas empresas.

Caso Toyota
O que faz com que uma empresa cresça num mercado em que todas as demais
estão apresentando prejuízos? Nesse mesmo mercado, porque uma empresa está
abrindo fábricas e postos de trabalho enquanto as demais estão fazendo o
contrário? Por que a Toyota é uma empresa tão diferente das demais montadoras
de automóveis no mundo? Por que ela está cada vez mais ganhando mercado e
assustando seus concorrentes americanos e europeus?
Todas as grandes montadoras mundiais trabalham com os mais rigorosos padrões de
qualidade, usam das mais avançadas técnicas de controle e organização da
produção, têm acesso às melhores informações de mercado, de clientes etc. Um
dos diferenciais da Toyota está no fato de que essa empresa se posiciona há vários
anos para serem líderes do mercado mundial. Apesar da Toyota ainda não ser ainda
a maior fabricante mundial de automóveis, em 2005 a empresa apresentou lucro
superior aos das 3 maiores montadoras americanas (GM, Ford e Chrysler). A
empresa já tem o carro líder em vendas no mundo (já foram vendidos mais de 32
milhões de Corollas) e é a primeira a produzir em série um carro híbrido. A maioria
das montadoras ainda não tem esse produto na linha de produção.
A Toyota “tomou as
rédeas” do seu futuro
perseguindo a
inovação com uma
visão de longo prazo.
A força da visão de futuro da Toyota é sem dúvida uma das explicações para esse
fato. “Na Toyota, estamos determinados em firmar nossa posição na indústria
automobilística mundial e em contribuir para a sociedade de usuários de carros do
amanhã. Nós tomamos controle de nosso próprio destino perseguindo a inovação
com visão a longo prazo em todas as áreas operacionais – incluindo
desenvolvimento, compras, produção, e vendas – permitindo-nos liderar o
crescimento na indústria”. A empresa, a partir disso, direcionou suas atividades
para tomar as rédeas do seu futuro. Passou a reter talentos e contratar pessoas
experientes e com grande capacidade de inovação. Dentro dos fatores básicos
apontados anteriormente, passou a relacionar com fornecedores de forma vantajosa
para ambos os lados, encorajou o desenvolvimento de tecnologias por parte desses
fornecedores, buscou inovar em produtos e processos. O seu histórico também é
visto como fonte de inspiração no seu planejamento estratégico, assim como
conhecimento interno das fábricas e dos centros de pesquisa e desenvolvimento que
a empresa possui ao redor do mundo.
0Fatores a serem consideradas na construção da Visão de Futuro
• 1933: Estabelecimento do Dpto. Automobilístico na Toyota (então Toyoda)
• 1935: Primeiro protótipo da Toyota
• 1938: Implementação de técnicas just-in-time
Histórico da Toyota – Se Posicionando para o Futuro
• 1940: Fundação do Instituto Toyota de Pesquisas Físicas e Químicas
• 1951: Criação do Sistema de Sugestões de Idéias Criativas
• 1953: Slogan “Boas Idéias, Bons Produtos”
• 1960: Fundação dos Laboratórios Centrais de P&D da Toyota
• 1961: Implantação de Controle da Qualidade Total
• 1973: Fundação do Centro de Design Calty
• 1981: Inauguração do Centro de Tecnologia da Toyota
• 1989: Instalação do Centro de Design em Tóquio
• 1992: Anúncio Público dos Princípios e Diretrizes da Companhia
• 1996: Inauguração do Instituto Genesis de Pesquisa
• 2005: Slogan: Toyota - Posicionado para o Futuro
Fonte: Toyota
O próprio histórico da Toyota aponta para o seu posicionamento de liderança. Em
1938, a empresa já havia implementado práticas de just-in-time. Em 1940, quando
todo mundo estava em guerra, a empresa investiu na construção de um laboratório
para desenvolvimento de pesquisa básica e aplicada nas áreas de física e química.
Em 1951, a empresa estabeleceu um Sistema de Sugestão de Idéias Criativas, dando
impulso ao desenvolvimento corporativo. Na época, já valorizando as pessoas como
fonte de crescimento, seu slogan era “Boas Idéias, Bons Produtos” (do inglês, Good
Thinking, Good Products). Atualmente, a empresa está “posicionada para o futuro,
com foco em crescimento e eficiência”.
Caso Petrobrás
“A Petrobrás será uma empresa integrada de energia com forte presença
internacional e líder na América Latina, atuando com foco na rentabilidade e na
responsabilidade social e ambiental”. Essa é a visão de futuro da Petrobrás para
2015, a qual é revisada anualmente.
Instituto Inovação Pág. 7
A Petrobrás,
referência nacional
como empresa
inovadora, se utiliza
de exercícios de visão
de futuro para a
realização do seu
plano estratégico.
A Petrobrás é outra empresa que lições sobre construção da visão de futuro podem
ser tiradas como referências para as demais empresas. Ela é atualmente um
exemplo de gestão da inovação tecnológica para as empresas brasileiras. É a que
mais acessa recursos de fomento para desenvolvimento de inovações, mais interage
com centros de pesquisa e com clientes. Atualmente, a empresa gerencia mais de
500 projetos em paralelo.
O planejamento do desenvolvimento de tecnologias na Petrobrás parte da sua visão
estratégica de futuro. No planejamento de 2003, por exemplo, a empresa
considerou uma visão de futuro para um horizonte de 2015 e também 2030. Essa
visão é a base para o Planejamento Estratégico Corporativo (instância estratégica) e
para a implantação das soluções tecnológicas (instância operacional). Dessa forma,
a partir de uma visão de longo alcance, são definidos projetos para curto, médio e
longo prazo, considerando os benefícios potenciais para a empresa, sociedade e
meio ambiente e também os custos de desenvolvimento e fontes de investimento.
Entretanto, esse modelo de geração de idéias de inovação nem sempre foi adotado
pela empresa. Antigamente, o próprio CENPES, que é o Cento de Pesquisa e
Desenvolvimento da Petrobrás, era responsável pela definição da sua cartela de
projetos, normalmente baseando-se em necessidades de capacitação interna ou
projetos que atingissem uma demanda pontual da Petrobrás. Esse modelo,
entretanto limitava o desenvolvimento tecnológico e impedia um avanço
considerável da empresa quanto às perspectivas de negócios atuais e de longo
prazo.
4. Conclusões
O exercício da visão
de futuro é de
primordial
importância para as
empresas que buscam
a inovação como um
diferencial
competitivo.
A Petrobrás e a Toyota são, sem dúvida, referências mundiais em termos de
desenvolvimento tecnológico, de posicionamento no mercado e de inovação. Ambas
as empresas podem servir como referência de boas práticas para aquelas que
desejam se posicionar para o futuro. Os fatores de análise histórica, desejos,
relacionamento, estudos e prospecções e conhecimentos são utilizados em ambos os
casos apontados acima.
O desafio do empresário brasileiro em construir um futuro para as sua empresa e
para o país está lançado. Para chegarmos a esses objetivos, temos que começar a
imaginá-los agora.
Como ponto de partida, as empresas poderiam organizar dinâmicas e pesquisas
internas para identificar como as pessoas vêem o futuro da companhia. Alinhado a
isso, essas dinâmicas poderiam ser alimentadas por estudos de tendências e
oportunidades. Esses estudos gerarão insights para a construção dessa visão. O
próximo passo é planejar-se para alcançar esse futuro, priorizar tipos de projetos e
atividades.
É importante destacar também que esse processo deve ser construído levando em
consideração as características da empresa e das pessoas envolvidas. A sua
avaliação continua é importante para os ajustes de percurso até o seu futuro.
BIBLIOGRAFIA
1. ALMEIDA M., ALMEIDA H. Prospecção Tecnológica aplicada à Área de Energia: a experiência recente da
Petrobras. XI Seminário Latino-Iberoamericano de Gestão Tecnológica, 2005.
2. RAZUK, R., ALMEIDA, M. e ALMEIDA, H. Seleção e Priorização de Projetos de P&D: da Rentabilidade à
Sustentabilidade. XI Seminário Latino-Iberoamericano de Gestão Tecnológica, 2005.
3. TOYOTA, Relatório de Gestão, 2005
4. TOYOTA - www.toyota.co.jp
5. PETROBRÁS –
http://www.petrobras.com.br/

Filed under: by: JAYRO MENEZES

Pensando como um Gênio


A primeira e a última coisa exigida

de um gênio é o amor à verdade.

Goethe

"Mesmo que você não seja um gênio, você pode utilizar as mesmas estratégias de Aristóteles e Einstein para tomar as rédeas do poder de sua mente criativa e controlar melhor o seu futuro."

As oito estratégias seguintes o encorajam a pensar produtivamente, em vez de (re)produtivamente, a fim de o fazer chegar às soluções para os problemas. “Estas estratégias são comuns aos estilos de pensamentos dos gênios criativos nas ciências, artes e na história do pensamento industrial”.

1. Encare o problema de várias formas diferentes e encontre novas perspectives que ninguém mais tenha examinado ainda (ou que ninguém já tenha publicado!)
Leonardo da Vinci acreditava que, para adquirir conhecimento acerca da forma de um problema, começa-se por aprender a reestruturá-lo de muitas maneiras diferentes. Ele considerava que a primeira forma como ele olhava para um problema era muito parcial. Frequentemente o problema reconstruído transforma-se em um novo.
2. Visualize!

Quando Einstein meditava sobre um problema, ele sempre achou necessário formular seu enunciado de tantas maneiras diferentes quantas possíveis, incluindo o uso de diagramas. Ele visualizava soluções e acreditava que tais palavras e números não representavam um papel significativo em seu processo de pensamento.
3. Produza! Um distintivo característico dos gênios é a produtividade.

Thomas Edison tinha 1,093 patentes. Ele garantiu a sua produtividade estabelecendo para si mesmo e a seus assistentes “cotas de idéias”. Em um estudo com 2.036 cientistas através da história, Dean Keith Simonton da Universidade da Califórnia em Davis descobriu que os mais respeitados cientistas não produziram apenas trabalhos excelentes mas também trabalhos “ruins”. Eles não tinham medo de falhar, ou produzir resultados medíocres na busca pela excelência.

4. Faça combinações originais. Combine e recombine idéias, representações e pensamentos de diferentes formas não importando o quanto pareçam incongruentes ou pouco comuns.

As leis da hereditariedade, em que se baseia a moderna ciência da genética, têm suas bases lançadas pelo monge austríaco Gregor Mendel que combinou matemática e biologia para criar uma nova ciência.
5. Formule relacionamentos; estabeleça conexões entre assuntos dessemelhantes.
Da Vinci determinou uma relação entre o som de um sino e o barulho de uma pedra atingindo a água. Isto o permitiu estabelecer a ligação de que o som se propaga na água. Samuel Morse inventou a estação de transmissão para sinais telegráficos enquanto observava estações para cavalos.
6. Pense em opostos.

O físico Niels Bohr acreditava que, se você mantém opostos juntos, então você eleva o seu pensamento e sua mente se desloca para um novo nível. Esta habilidade o permitiu imaginar a luz como um duo de onda e partícula o conduziu à concepção do Princípio da Complementaridade. Suspender o pensamento (lógico) pode permitir à sua mente conceber novas formas.

7. Pense de forma metafórica.

Aristóteles considerava a metáfora um dístico dos gênios, e acreditava que o indivíduo que possuía a capacidade de perceber semelhança entre duas áreas separadas da vida e de concatená-las uma com a outra era uma pessoa de dons especiais.

8. Prepare-se para o acaso.
Não importa que nós tenhamos tentado fazer alguma coisa e falhamos, nós terminamos por realizar alguma outra coisa. Este é o primeiro princípio do acidente criativo. O fracasso pode ser produtivo desde que nós não o consideremos um desperdício total enquanto resultado. Ao invés disto: analise o processo, seus componentes e como você poderia modificá-los para chegar a outros resultados. Não se pergunte: "Por que eu falhei?", e sim melhor que isto: "O que eu realizei?"



ALBERT EINSTEIN

ALBERT EINSTEIN
1879-1955

O HOMEN ERUDITO É DESCOBRIDOR DE FATOS QUE JÁ EXISTEM – MAS O HOMEM SÁBIO É UM CRIADOR DE VALORES QUE NÃO EXISTEM E QUE ELE FAZ EXISTIR.

DIFICULDADES E OBSTÁCULOS SÃO FONTES VALIOSAS DE SAÚDE E FORÇA PARA QUALQUER SOCIEDADE.

A INTELIGÊNCIA E O CARÁTER DAS MASSAS SÃO INCOMPARAVELMENTE INFERIORES À INTELIGÊNCIA E AO CARÁTER DOS POUCOS QUE PRODUZEM ALGO DE VALOR PARA SOCIEDADE.

A MAIORIA DE NÓS PREFERE OLHAR PARA FORA E NÃO PARA DENTRO DE SI MESMO.

NÃO EXISTE NENHUM CAMINHO LÓGICO PARA A DESCOBERTA DAS LEIS ELEMENTARES DO UNIVERSO – O ÚNICO CAMINHO É O DA INTUIÇÃO.

PENSO NOVENTA E NOVE VEZES E NADA DESCUBRO; DEIXO DE PENSAR, MERGULHO EM PROFUNDO SILÊNCIO – E EIS QUE A VERDADE SE ME REVELA.

O MECANISMO DO DESCOBRIMENTO NÃO É LÓGICO E INTELETUAL – É UMA ILIMINAÇÃO SUBTÂNIA, QUASE UM ÊXTASE, EM SEGUIDA, É CERTO, A INTELIGÊNCIA ANALISA E A EXPERIÊNCIA CONFIRMA A INTUIÇÃO. ALÉM DISSO, HÁ UMA CONEXÃO COM A IMAGINAÇÃO.

A LEITURA, APÓS CERTA IDADE, DISTRAI EXCESSIVAMENTE O ESPÍRITO HUMANO DE SUAS REFLEXÕES CRIADORAS. TODO HOMEM QUE LÊ DEMAIS E USA O CÉREBRO DE MENOS, ADQUIRE A PREGUIÇA DE PENSAR.

A MENTE AVANÇA ATÉ O PONTO ONDE PODE CHEGAR, MAS DEPOIS PASSA PARA UMA DIMENSÃO SUPERIOR, SEM SABER COMO LÁ CHEGOU. TODAS AS GRANDES DESCOBERTAS REALIZAM ESSE SALTO.

A IMAGINAÇÃO É MAIS IMPORTANTE DO QUE O CONHECIMENTO.

SEM A CONVIÇÃO DE UMA HARMONIA ÍNTIMA DO UNIVERSO, NÃO PODERIA HAVER CIÊNCIA. ESTA CONVIÇÃO É, E CONTINUARÁ A SER, A BASE DE TODA CRIAÇÃO CIENTIFICA. EM TODA A EXTENSÃO DE NOSSOS ESFORÇOS, NAS LUTAS DRAMÁTICAS ENTRE AS VELHAS E NOVAS CONCEPÇÕES, ENTREVEMOS A ÂNSIA ETERNA DE COMPREENSÃO, A INTUIÇÃO INABALÁVEL DA HARMONIA UNIVERSAL, QUE SE ROBUSTECE NA PRÓPRIA MULTIPLICIDADE DOS OBSTÁCULOS QUE SE OFERECEM AO NOSSO ENTENDIMENTO .

O MEU IDEAL POLITICO É A DEMOCRACIA. SEJA CADA HOMEM RESPEITADO COMO INDIVIDUO – E NINGUÉM IDOLATRADO.

A RELIGIÃO DO FUTURO SERÁ CÓSMICA E TRANSCENDERÁ UM DEUS PESSOAL, EVITANDO OS DOGMAS E A TEOLOGIA. ABRANGENDO OS TERRENOS MATERIAL E ESPIRITUAL, ESSA RELIGIÃO SERÁ BASEADA NUM CERTO SENTIDO RELIGIOSO PROCEDENTE DA EXPERIÊNCIA DE TODAS AS COISAS, NATURAIS E ESPIRITUAIS, COMO UMA UNIDADE EXPRESIVA OU COMO A EXPRESSÃO DA UNIDADE. O BUDISMO CORRESPONDE A ESSA DESCRIÇÃO.

A COISA MAIS BELA QUE O HOMEM PODE EXPERIMENTAR É O MISTÉRIO. É ESTA A EMOÇÃO FUNDAMENTAL QUE ESTÁ NA RAIZ DE TODA CIÊNCIA E ARTE.

A PROFUNDA CERTEZA DE UM PODER SUPERIOR QUE SE REVELA NO UNIVERSO, DIFICIL DE SER COMPREENDIDO, FORMA A MINHA IDÉIA DE DEUS.

DIANTE DE DEUS TODOS SOMOS IGUALMENTE SÁBIOS E IGUALMENTE TOLOS.

A NATUREZA É EXTREMAMENTE SIMPLES, SE CONSEGUIMOS ENCARÁ-LA DE MODO APROPRIADO... ESSA CRENÇA TEM-ME AUXILIADO, DURANTE TODA A MINHA VIDA. A NÃO PERDER ESPERANÇAS, QUANDO SURGEM GRANDES DIFICULADES DE INVESTIGAÇÃO.

UMA IDÉIA OU DUAS QUE, COM O MEU FRACO ENGENHO, ALCANCEI AO CABO DE INCESSANTE LUTAR.

DIFICULDADES E OBSTÁCULOS SÃO FONTES DE SAÚDE E FORÇA PARA QUALQUER SOCIEDADE. NÓS JUDEUS, NÃO TERÍAMOS SOBREVIVIDO POR MILHARES DE ANOS, COMO UMA COMUNIDADE, SE NOSSO CAMINH TIVESSE SIDO UM MAR DE ROSAS.DISTO ESTOU ABSOLUTAMENTE CERTO.

O HOMEM COMO QUALQUER OUTRO ANIMAL, É POR NATUREZA INDOLENTE, SE NADA O ESTIMULA, MAL SE DEDICA A PENSAR E SE COMPORTA GUIADO APENAS PELO HÁBITO, COMO UM AUTÔMATO.

QUANTO MAIS AVANÇA A EVOLUÇÃO ESPIRITUAL DA HUMANIDADE, TANTO MAIS CERTO ME PARECE QUE O CAMINHO PARA A RELIGIOSIDADE GENUÍNA NÃO PASSA PELO MEDO DA VIDA. MAS PELO ESFORÇO POR ATINGIR O CONHECIMENTO RACIONAL.
O DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE GERAL DE PENSAMENTO E LIVRE- ARBÍTRIO SEMPRE DEVERIA SER COLOCADO EM PRIMEIRO LUGAR, SE UMA PESSOA DOMINA O FUNDAMENTAL, ELA ENCONTRARÁ O SEU CAMINHO E SERÁ CAPAZ DE ADPTAR-SE AO PROCESSO E ÁS MUDANÇAS.

EM MINHA VIDA, AS VISÕES ARTÍSTICAS TÊM DESMEDIDA INFLUÊNCIA. AFINAL, O TRABALHO DE PESQUIZADORESE CIENTISTAS GERMINA NO CAMPO DA IMAGINAÇÃO E DA INTUIÇÃO.

É NECESSÁRIO QUE O HOMEM ADQUIRA UM SENTIMENTO, UM SENSO PRÁTICO DAQUILO QUE VALE A PENA SER COMPREENDIDO, DAQUILO QUE É BELO, DO QUE É MORALMENTE CORRETO.


O UNIVERSO TEM FORMA CILÍNDRICA, E NÃO ESFÉRICA.

NÃO POSSO IMAGINAR UM DEUS A RECOMPENSAR E A CASTIGAR O OBJETO DE SUA CRIAÇÃO, NEM QUE SOBREVIVA APÓS A MORTE.

O ESPÍRITO CIENTIFICO, NÃO EXISTE SEM RELOGIOSADADE CÓSMICA. ELE DISTINGUE DA CRENÇA DAS MULTIDÕES QUE CONSIDERAM DEUS UM SER DE QUEM ESPERAM BENIGNIDADE E TEMEM O CASTIGO.

BASTA DE DIZER A DEUS O QUE ELE DEVE FAZER.

VOCÊ NÃO PODE PROVAR UMA DEFINIÇÃO. O QUE VOCÊ PODE FAZER, É MOSTAR QUE ELA FAZ SENTIDO.

LOGO APRENDI A DISCERNIR O QUE ERA SUSCETÍVEL DE CONDUZIR AOS FUNDAMENTOS, AFASTANDO-ME DE TUDO O MAIS, DE TODA MULTIPLICIDADE DAS COISAS QUE ATRAVANCAM O ESPÍRITO E O DESVIAM DO ESSENCIAL.

A OBRA DO ENTEDIMENTO SOBREVIVE ÁS GERAÇÕES BARULHENTAS E OBSTRUTIVAS E ESPALHA LUZ E CALOR DOS SÉCULOS.

SENTIMENTO E DESEJO SÃO AS FORÇAS CAUSAIS QUE EXISTEM ATRÁS DE TODO PROCEDIMENTO E CRIAÇÃO HUMANA.

NOSSO DESTINO ESTARÁ DE ACORDO COM NOSSOS MÉRITOS.

ÀS VEZES ME PERGUNTO COMO PÔDE TER ACONTECIDO DE EU TER SIDO O ÚNICO A DESENVOLVER A TEORIA DA RELATIVIDADE. A RAZAÕ CREIO EU, É QUE UM ADULTO NORMAL NUNCA PÁRA PARA PENSAR SOBRE PROBLEMAS DE ESPAÇO E TEMPO. ISSO SÃO COISAS QUE ELE PENSOU QUANDO CRIANÇA.MAS O MEU DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL FOI RETARDADO, MOTIVO PELO QUAL COMECEI A QUESTIONAR SOBRE ESPAÇO E TEMPO SOMENTE QUANDO JÁ ERA ADULTO. NATURALMENTE, PUDE IR MUITO MAIS FUNDO NO PLOBLEMA DO QUE UMA CRIANÇA COM HABILIDADES NORMAIS.

TODOS PODEM ATINGIR A RELIGIÃO EM UM GRAU MAIS ELEVADO, RARAMENTE ECESSÍVEL EM SUA PUREZA TOTAL. DOU A ISSO O NOME DE REGIOSIDADE CÓSMICA.

ENTENDO QUE A PASSAGEM DA LIVRE ASSOCIAÇÃO, OU DO “SONHAR”, PARA O PENSAR SE CARACTERIZA PELO PAPEL MAIS OU MENOS DOMINANTE QUE DESEMPENHA O “CONCEITO”.

DESEJO SABER REALMENTE É COMO DEUS CRIOU ESTE UNIVERSO. INTERESSA-ME VITALMENTE CONHECER OS PENSAMENTOS DE DEUS; O RESTO SÃO DETALHES.

A DISPOSIÇÃO DE ENFRENTAR DIFÍCEIS PROBLEMAS CIENTÍFICOS A FASCINANTE MAGIA DESSE TRABALHO CONTINUARÁ A EMPOLGAR-ME ATÉ MEU ÚLTIMO SUSPIRO.

PARA EINSTEIN, A RIQUEZA E AS MOSTRAS DE SUPERIORIDADE SOCIAL ERAM SIMPLES MANIFESTAÇÃO DE ARROGÂNCIA E ENVAIDECIMENTO.

ERA GRANDE A INDIFERENÇA QUE EINSTEIN MOSTRAVA PELO DINHEIRO, USAVA COMO MARCADOR DE LIVRO, CHEQUE DE $ 1.500,00 DOLARES, COM DATA DE MESES PASSADOS.

O TEMPO É RELATIVO E NÃO PODE SER MEDIDO EXATAMENTE DO MESMO MODO E POR TODA PARTE.. ( E=MC²)



LEONARDO DA VINCI

LEONARDO DA VINCI
1452-1519

O MAIOR PRAZER ESTÁ NA CONTEMPLAÇÃO. POBRE É AQUELE QUE TEM APENAS DESEJOS MATERIAIS.

A PRÁTICA DEVE ALICERÇAR-SE SOBRE UMA BOA TEORIA.

A NECESSIDADE É A MELHOR MESTRA E GUIA DA NATUREZA.

A EXPERIÊNCIA NOS ENSINA A PERSEVERAR EM DIREÇÃO DO QUE É POSSÍVEL.

O AMOR À VIRTUDE TE DESVIAS DAS COISAS VIS E TRISTES E TE FAZ CONTEMPLAR AS COISAS VIRTUOSAS E HONESTAS.

O CONHECIMENTO TORNA A ALMA JOVEM E DIMINUE A AMARGURA DA VELHICE. COLHE, POIS, A SABEDORIA. ARMAZENA SUAVIDADE PARA O AMANHÃ

SE OS QUE TE CRITICAM TIVEREM RAZÃO, FAZE AS CORREÇÕES NECESSÁRIAS. SE NÃO, AGE COMO SE NÃO TIVESSE OUVIDO O QUE DIZEM.

PINTOR: DEVE HAVER TAL PODER DE EMOÇÃO NA FISIONOMIA DAS CRIATURAS QUE PINTAS, QUE O TEU QUADRO PAREÇA, AO OBSERVADOR, CAPAZ DE FAZER OS MORTOS RIR E CHORAR.

O JULGAMENTO DE UM INIMIGO É, FREQUENTEMENTE, MAIS VERDADEIRO E BENÉFICO DO QUE O QUE DE UM AMIGO. O ÓDIO DOS HOMENS É QUASE SEMPRE MAIS PROFUNDO DO QUE O AMOR. O OLHAR DE QUEM ODEIA É MAIS PENETRANTE DO QUE O OLHAR DE QUEM AMA. UM VERDADEIRO AMIGO É SEMELHANTE A TI PRÓPRIO. UM INIMIGO NÃO SE PARECE CONTIGO, E NISSO RESIDE A TUA FORÇA. O ÓDIO REVELA MUITA COISA QUE PERMANECE OCULTA AO AMOR. LEMBRA-TE DISSO E NÃO DESPREZE A CENSURA DOS INIMIGOS.
LEONARDO DA VINCI - 1452-1519

O OJETIVO MAIS ALTO DO ARTISTA, CONSISTE EM EXPRIMIR NA FISIONOMIA E NOS MOVIMENTOS DO CORPO AS PAIXÕES DA ALMA.

LEMBRA-TE : ENTRE A LUZ E A OBSCURIDADE, HÁ ALGUMA COISA INTERMEDIÁRIA, DUAL, PERTENCENDO, IGUALMENTE, A UMA E OUTRA, UMA SOMBRA CLARA, OU UMA LUZ ESCURA. PROCURA-A, Ó ARTISTA : NELA ESTÁ O SEGREDO DA BELEZA QUE FASCINA !

EXAMINA AS OBRAS DE VÁRIOS MESTRES, PARA ADQUIRIR FACILIDADE EM PRATICAR O QUE JÁ TENHA APRENDIDO.

BEM VÊS QUE A FÉ COOPEROU COM AS SUAS OBRAS, E QUE PELAS OBRAS A FÉ FOI APERFEIÇOADA. (TIAGO – 2:22)

QUERO INSERIR, ENTRE OS PRECEITOS QUE DOU, UMA NOVA MANEIRA DE ESPECULAÇÃO, QUE AINDA PAREÇA DE POUCA IMPORTÂNCIA, E QUASE DIGNA DE RISO, NEM POR ISSO DEIXA DE SER MUITO ÚTIL PARA MOTIVAR O INICIANTE À INVENSÃO PROFUNDA. ASSIM, QUANDO VIRES ALGUMA PAREDE MANCHADA, OU ALGUMAS PEDRAS ÁSPERAS, PODERÁS, OLHANDO-AS COM CUIDADO E ATENÇÃO, ADIVINHAR E DESCOBRIR GRANDE SEMELHANÇA COM ALGUNS PAÍSES, BATALHAS, PORTES DE FIGURAS, FISIONOMIAS ESTRANHAS, ROUPAR PARTICULARES E OUTRA INFINITAS COISAS. PORQUE É DE SEMELHANTES CONFIGURAÇÕES QUE O GÊNIO TIRA NOVA INVENÇÕES.

POUCO CONHECIMENTO, FAZ QUE AS CRIATURAS SE SINTAM ORGULHOSAS. MUITO CONHECIMENTO, QUE SE SINTAM HUMILDES.

O FALÇÃO SOMENTE CAÇA GRANDES PASSÁROS E SE DEIXARIA MORRER ANTES QUE ALIMENTAR-SE DE PEQUENOS. O ARTISTA DEVE, À MANEIRA DO FALÇÃO, BUSCAR A SUPREMA PERFEIÇÃO.

A VANGLÓRIA É O ÚLTIMO VÍCIO PARA VENCER.



LEONARDO DA VINCI ERA AMBIDESTRO PERFEITO : COM A MÃO ESQUERDA DESENHAVA; COM A DIREITA PINTAVA. NESSA UNIÃO DE DUAS FORÇAS OPOSTAS CONSISTIA, SEGUNDO AFIRMAVA ELE PRÓPRIO, A SUA SUPERIORIDADE SOBRE OS OUTROS ARTISTAS.

A FELICIDADE ESTÁ NA ATIVIDADE.

A PALAVRA DA VERDADE É UMA SÓ, E QUANDO É PRONUNCIADA DEVEM CESSAR OS GRITOS DOS QUE DISPUTAM. SE PORÉM, OS GRITOS CONTINUAM, É PORQUE AINDA NÃO HÁ VERDADE. ( QUANDO VOCÊ ESTÁ SEMPRE CERTO ALGUMA COISA ESTÁ ERRADA)

NÃO É A EXPERIÊNCIA, A MÃE DE TODAS AS ARTES E CIÊNCIAS, QUE ENGANA AS PESSOAS, MAS SIM A IMAGINAÇÃO, QUE LHES PROMETE O QUE A EXPERIÊNCIA NÃO LHES PODE DAR. A EXPERIÊNCIA É INOCENTE; OS NOSSO DESEJOS VÃOS E INSANOS É QUE SÃO CRIMINOSOS. DISTINGUINDO A MENTIRA DA VERDADE, A EXPERIÊNCIA NOS ENSINA A PERSEVERAR EM DIREÇÃO DO QUE É POSSÍVEL, E NÃO ESPERAR PELA IGNORÂNCIA, ATINGIR O QUE É INATINGÍVEL, A FIM DE QUE NÃO SEJAMOS COMPELIDOS, VENDO A NOSSA ESPERANÇA POR TERRA, A ENTREGAR-NOS AO DESESPERO.

O MUNDO É PLANO

THOMAS L. FRIEDMAN
BOOM DA INTERNET
INVESTIDORES COMEÇARAM A OLHAR PARA ESSA GRANDE REDE E CHEGARAM À CONCLUSÃO DE QUE TUDO : DADOS, ESTOQUES, COMÉRCIO, LIVROS, MÚSICA, FOTOS, ENTRETENIMENTO, SERIA DIGITALIZADO, TRANSPORTADO PARA INTERNET E LÁ COMERCIALIZADO; A DEMANDA POR PRODUTOS E SEVIÇOS BASEADOS NA INTERNET SERIA, POIS, INFINITA. TAL RACIOCÍNIO LEVOU À BOLHA DAS AÇÕES PONTO.COM E À ENXURRADA DE INVESTIMENTOS NA REDE DE CABOS DE FIBRA ÓPTICA NECESSÁRIA PARA A TRANSMISSÃO DE TODAS AS NOVAS INFORMAÇÕES DIGITAIS, O QUE, POR SUA VEZ, INTERLIGOU O MUNDO INTEIRO.
HOJE NEM PRESTAMOS ATENÇÃO À TECNOLOGIA DE NAVEGAÇÃO NA WEB, MAS NA VERDADE ESSA FOI UMA DAS MAIS IMPORTANTES INVENÇÕES DA HISTÓRIA MODERNA.
A MUDANÇA DE HÁBITOS OCORRE MAIS RÁPIDO QUANDO TEM UM BOM MOTIVO PARA ACONTECER. E TODO MUNDO TEM UMA NECESSIDADE INATA DE SE RELACIONAR COM OS OUTROS. QUANDO SURGE UMA NOVA FORMA DE AS PESSOAS SE LIGAREM ENTRE SI, ELAS SUPERAM QUALQUER BARREIRA TÉCNICA, APRENDEM NOVAS LINGUAGENS. TEMOS UM DESEJO INERENTE DE NOS CONECTARMOS AO DEMAIS, NOS IRRITAMOS QUANDO NÃO CONSEGUIMOS.
BILL GATES COMPAROU A INTERNET À CORRIDA DO OURO, EM RELAÇÃO AO ASPECTO DE QUE SE FEZ MUITO MAIS DINHEIRO COM A VENDA DE CALÇAS JEANS, PICARETAS, PÁS E QUARTOS DE HOTEL PARA OS MINEIROS QUE COM O OURO ENCONTRADO PROPRIAMENTE DITO. E GATES TINHA RAZÃO: OS BOOMS E BOLHAS PODE SER PERIGOSOS PARA A ECONOMIA; PODEM TERMINAR COM MUITA GENTE PERDENDO DINHEIRO E VÁRIAS EMPRESAS INDO A FALÊNCIA; MAS TAMBÉM TENDEM A ACELERAR O RITMO DAS INOVAÇÕES, E BASTA O EXCESSO DE CAPACIDADE QUE ACARRETAM – SEJA EM TERMOS DE TRILHOS DE ESTRADA DE FERRO OU AUTOMÓVEIS NAS ESTRADAS DE RODAGEM – PARA GERAR EFEITOS COLATERAIS POSITIVOS, AINDA QUE NÃO PREMEDITADOS.
FOI ISSO QUE OCORREU COM O BOOM DAS AÇÕES DE INTERNET : PROVOCOU UM GIGANTESCO EXCESSO DE INVESTIMENTOS EM EMPRESAS DE CABOS TERRESTRES E SUBMARINOS DE FIBRA ÓPTICAS, ACARRETANDO UMA REDUÇÃO DRÁSTICA NO CUSTO DAS CHAMADAS TELEFÔNICAS OU TRANSMISSÃO DE DADOS PARA QUALQUER PARTE DO MUNDO.
O trabalho tem de ir para onde pode ser feito melhor.
Toda mudança é dura. Mas a mudança é algo que sempre aconteceu, e é indispensável.
Para haver inovação, precisa haver capitalismo. Bill Gates
Os vencedores serão aqueles que mais rápido aprenderem os novos hábitos, processos e competências.
Geração Z : Os zippies, são confiantes e criativos, transpiram atitudes, cheio de energia, ambição e aspiração, e querem desafios, amam o risco e ignoram o medo “eles se movem para o seu destino, não movidos por ele” . Olham para frente, não para dentro. EE querem crescer.
Graças a internet o mundo todo é um mercado só. Vai ser um tal de você me ensina isso que eu lhe ensino aquilo. Como nunca se viu antes – o que é ótimo para o mundo. A economia vai motivar a integração, que por sua vez vai motivar a economia.
Não parar nunca de se inventar e reinventar constantemente.
Há dezenas de pessoas fazendo a mesma coisa que a gente, e tentando fazer melhor. Basta fazer um site na web, ter um endereço e e-mail e pronto, estamos na estrada, quem conquista a confiança dos clientes, quem for diligente e claro na suas transações vai entrar no jogo.
Ser um pouco mais agressivos na maneira como vendemos o nosso peixe. (nosso produto)
Esta havendo uma mudança drástica na nossa maneira de trabalhar. Todos precisarão se aprimorar, terão que competir teremos um único mercado global. Cada qual pode criar uma oportunidade para si próprio e aferrar-se a ela. Criando novas oportunidades.

A derrocada das ponto.com (março 2001) alçou a globalização a novos patamares, na medida que obrigou as empresas a terceirizar e fazer offshoring (montar fabricas na china ou em outros países) de cada vez mais funções assim de economizar seu capital.
Há mudança a caminho da tecnologia e dos negócios, mudanças que entrara para a história como “ o meteoro que atingiu a terra e extinguiu os dinossauros”
A terra se achatou. Graças a tripla convergência, a concorrência e a colaboração global (entre indivíduos e indivíduos, empresas e indivíduos, empresas e empresas e empresas e clientes) agora estão mais baratas, mais fáceis, com menos atrito e mais produtiva para as pessoas de mais lugares do mundo que jamais antes na história deste planeta.
Os últimos 25 anos no campo da tecnologia, foram apenas a orquestra afinando os instrumentos; agora é que vamos assistir ao número principal – “uma era em que a tecnologia vai literalmente transformar o mundo empresarial, a vida e a sociedade em todos os aspectos”.
O modelo de criação é valor eminentemente vertical (baseado no comando de controle), até então predominante no mundo, começa a ser substituído por outro cada vez mais horizontal (de interconexão e colaboração).
O QUE ACONTECEU NOS ÚLTIMOS ANOS (A PARTIR DE 2000) FOI QUE HOUVE UM INVESTIMENTO MACIÇO EM TECNOLOGIA, SOBRETUDO NO PERÍODO DA BOLHA(MUITAS EMPRESAS NA INTERNET) , QUANDO CENTENA DE MILHÕES DE DÓLARES FORAM INVESTIDOS NA INSTALAÇÃO DE CONECTIVIDADE EM BANDA LARGA NO MUNDO INTEIRO, CABOS SUBMARINOS. PARALELAMENTE, ACRECENTOU, HOUVE O BARATEAMENTO DOS COMPUTADORES, QUE SE ESPALHAREAM PELO MUNDO TODO, E UMA EXPLOSÃO DE SOFTWARES , CORREIO ELETRÔNICO, MOTORES DE BUSCA COMO O GOOGLE E SOFTWARE PROPETÁRIOS CAPAZES DE RETALHAR QUALQUER OPERAÇÃO E MANDAR UM PEDAÇO PARA BOSTON, OUTRO PARA BANGALORE (ÍNDIA) E UM TERCEIRO PARA PEQUIM, FACILITANTO O DESENVOLVIMENTO REMOTO, ENGENDRARAM UMA PRATAFORMA COM BASE NA QUAL O TRABALHO E O CAPITAL INTELECTUAIS PODERIAM SER REALIZADOS DE QUALQUER PONTO DO GLOBO; TORNOU-SE POSSÍVEL FRAGMENTAR PROJETOS E TRANSMITIR, DISTRIBUIR, PRODUZIR E JUNTAR DE NOVO AS SUAS PEÇAS, PRINCIPALMENTO TRABALHO INTELECTUAL.(...) O QUE SE VÊ EM BANGALORE(ÍNDIA) HOJE, NÃO PASSA DO CLIMAX DESSE PROCESSO DE CONVERGÊNCIA.
“ESTAMOS APLAINANDO O TERRENO” PORQUE É SOB PRESSÃO QUE DAMOS O MELHOR DE NÓS. ( NANDAN NILEKANI – CEO DA INFOSYS TECHNOLOGIES LIMITED – EMPRESA INDIANA)
NOVO PARADIGMA: É INEGÁVEL QUE AGORA UM NÚMERO MAIOR DO QUE NUNCA DE PESSOAS TEM A POSSIBILIDADE DE COLOBARAR E COMPETIR EM TEMPO REAL COM UM NÚMERO MAIOR DE OUTRAS PESSOAS DE UM NÚMEROS MAIOR DE CANTOS DO GLOBO, NUM NÚMERO MAIOR DE DIFERENTE ÁREAS NUM PÉ DE IGUALDADE MAIOR DO QUE QUALQUER MOMENTO ANTERIOR DA HÍSTORIA DO MUNDO – GRAÇAS AOS COMPUTADORES, AO CORREIO ELTRÔNICO, ÀS REDES, À TECNOLOGIA DE TELECONFERÊNCIA E A NOVOS SOFTWARES, MAIS DINÂMICOS,
PODE PRECIPITAR UMA “ERA” NOTÁVEL DE PROSPERIDADE E INOVAÇÃO.
AGORA, O QUE OS INDIVÍDUOS PODEM E DEVEM INDAGAR É: COMO É QUE EU ME INSIRO NA CONCORRÊNCIA GLOBAL E NAS OPORTUNIDADES QUE SURGEM A CADA DIA E COMO É QUE EU POSSO, POR MINHA PRÓPRIA CONTA, COLABORAR COM OUTRAS PESSOAS, EM ÂMBITO GLOBAL?
PESSOAS DE TODOS OS CANTOS DO MUNDO ESTÃO ADQUIRINDO PODER; A GLOBALIZAÇÃO 3.0 (À PARTIR DO ANO 2000) POSSIBILITA A UM NÚMERO CADA VEZ MAIOR DE PESSOAS SE CONECTAREM NUM PISCAR DE OLHOS, E VEREMOS TODAS AS FACETAS DA DIVERSIDADE HUMANA ENTRANDO NA RODA.
AS PROFISSÕES ESTÃO ATRAVESSANDO UM MOMENTO DE TRANSIÇÃO. AQUELES QUE SE AFERRAREM AO PASSADO E RESISTIREM ÀS MUDANÇAS VÃO SE AFUNDAR NA MASSIFICAÇÃO, POR OUTRO LADO, OS QUE SE MOSTRAREM APTOS A AGREGAR VALOR – MEDIANTE A SUA LIDERANÇA, OS SEUS RELACIONAMENTOS E SUA CRIATIVIDADE – NÃO SÓ TRANFORMARÃO O SETOR COMO VÃO FORTALECER SEU RELACIONAMENTOS COM CLIENTES. SEJA QUAL FOR SUA PROFISSÃO, É MELHOR TRATAR DE SE DEDICAR À COISA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COM AMOR, PORQUE TUDO O QUE PODE SER DIGITALIZADO TAMBÉM PODE SER TERCERIZADO PARA ALGUÉM MAIS ESPERTO OU MAIS BARATO, OU AS DUAS COISAS.
CADA UM TEM DE CONCENTRAR EXATAMENTE NAQUILO EM QUE AGREGA VALOR.

Você 3.0
Bem-vindo à nova era da globalização: primeiro empresas. Agora é a sua vez.

texto Simon Kuper coordenação Adriano Sambugaro, Carlo Giovani e Sérgio Gwercman
Eu sou inglês, ou pelo menos é isso que diz meu passaporte. Outro dia, sentei na minha casa em Paris para escrever uma reportagem encomendada por um jornal argentino que eu havia apurado em Miami. Dei os últimos retoques no texto dentro de um trem que atravessava a Bélgica. Ao chegar à estação central de Amsterdã, meu destino final, conectei o notebook à rede de internet sem fio e, sentado num cantinho, ao lado da minha esposa americana, enviei o artigo por e-mail para Buenos Aires. Me senti o perfeito trabalhador globalizado. Como diria o colunista do The New York Times Thomas Friedman em seu livro O Mundo É Plano, eu era uma minimultinacional trabalhando no meu escritório virtual global.
O Mundo está entre as obras mais importantes para entender esse novo fenômeno. O livro explica por que pessoas como eu são o seu futuro. Já está claro que, na sua e na minha carreira, a maior parte do dinheiro virá dos trabalhos globais. Agora só nos resta desvendar um detalhe - nada irrelevante, aliás: quem terá a chance de se tornar global e quem será atropelado pelo processo, sendo deixado para trás na corrida da globalização.
Nova globalização
Mas como foi que chegamos a este estágio? Afinal, globalização (essa palavra horrível) costuma ser usada para se referir a empresas ou produtos. Pois Friedman decretou que essa globalização caducou. A coisa funciona assim: em 1492, Colombo pegou seu barco e mostrou que o mundo ia bem além da Europa. Começava a globalização 1.0,com as nações percebendo que poderiam fazer negócios no mundo todo. O marco seguinte veio por volta de 1800, com a Revolução Industrial, que forçou as empresas a se multinacionalizar em busca de novos mercados para vender seus produtos - e mão-de-obra barata para fabricá-los.
Era a globalização 2.0. A era que estamos vivendo, a globalização 3.0, "é sobre indivíduos se globalizando". As raízes desse fenômeno estão fincadas em uma variedade de tecnologias que, por volta do ano 2000, começaram a ficar disponíveis ao grande público (o preço ficou acessível, para ser mais claro). Vamos a elas: conexões à internet estão cada vez mais velozes. Os computadores, baratos. Softwares sofisticadíssimos ficaram tão simples que podem ser usados por semi-analfabetos tecnológicos. E o Google mostrou-se capaz de colocar pessoas sentadas na sala de casa em contato com boa parte da informação mundial. Por fim o número de usuários da internet teve um crescimento exponencial.
O resultado disso tudo é que quando se afirma que o mundo é plano não estamos falando na possibilidade de ficar de papo com qualquer pessoa no planeta através do computador de casa. É muito mais do que isso. Mundo plano quer dizer que após a queda do Muro de Berlim, a abertura dos mercados da Índia e da China e a redução dos impostos alfandegários, podemos muito mais do que conversar com todos: agora podemos nos conectar a qualquer habitante do planeta (desde que ele não viva nas ditaduras da Coréia do Norte ou de Mianmar, é claro).
Uma breve história global
Os imigrantes que deixaram Nápoles rumo a São Paulo na virada do século 20 estavam trocando um planeta por outro. Havia muito pouco em comum entre esses dois lugares. A comida era diferente, a música era outra e os hábitos sociais não se pareciam em quase nada. Hoje, com o ciberespaço, eles poderiam ter conseguido um emprego em outro país sem ter de abandonar a macarronada.
Gerentes industriais e editores de revista contratam profissionais como eu, que eles nunca viram pela frente, e que trabalham sentados numa cadeira do outro lado do mundo. A Índia é hoje um dos principais pólos desse tipo de serviço. Friedman encontrou lá contadores cuidando, via internet, do Imposto de Renda de clientes americanos. Viu nerds programando jogos de computador para desenvolvedores na Califórnia. Atendentes de call center em Nova Délhi recebendo telefonemas feitos para o serviço de atendimento de empresas americanas. Achou raios X tirados na madrugada dos EUA sendo examinados em tempo real por médicos na Austrália, onde já era dia. Ao ler O Mundo, até eu pensei em importar da Índia umas pesquisas jornalísticas!
Terrorismo: outro fenômeno globalizado
Nem sempre, porém, a nova realidade é uma maravilha. Talvez o melhor exemplo da nova logística global seja a rede terrorista Al Qaeda. Os ataques de 11/9 foram detonados nos EUA por um time de sauditas comandados por um egípcio educado na Alemanha e guiado por um chefe na zona rural do Afeganistão. As teorias conspiratórias que incluem os governos israelenses e americanos na trama costumam se esquecer o quão fácil se tornou para uma pessoa comum realizar um trabalho global altamente sofisticado - Mohammed Atta, chefe dos seqüestradores, comprou sua passagem no AA.com, site da American Airlines. Simples assim. Ou então pegue a rede global de jornalistas e designers que criou esta reportagem. A idéia original - exemplificar na realização da matéria o fenômeno de que estamos tratando - partiu da redação da revista, em São Paulo.
Por e-mail, fui convidado a escrevê-la aqui de Paris. Enquanto isso, o diretor de arte da Super fuçava sites especializados em busca de ilustradores. Os colaboradores escolhidos eram gente de que ele nunca ouvira falar, espalhados pelo Brasil, Canadá, Espanha e Rússia. Tudo parece muito elaborado, mas na prática o processo inteiro custou a mesma coisa e foi praticamente idêntico ao de qualquer outra reportagem da Super - a única diferença foi que precisamos nos comunicar por Skype ou Messenger em vez de fazer uma reunião ao vivo.
Como participar?
Agora vem a má notícia. A globalização não é uma festa para a qual todos estão convidados - esse é o drama de toda boa festa, aliás. Mesmo que a hostess da porta seja bonitinha, ela decide quem entra e quem não entra com a mesma crueldade de um leão-de-chácara. O que fazer para conseguir um convite?
Aí vai o caminho das pedras. Para ser um trabalhador global, você precisa de duas ferramentas: um computador com internet e domar o inglês. Quando combinados, esses dois requisitos excluem mais de 90% da população do planeta. É um equívoco, portanto, acreditar que não há barreiras para a globalização 3.0. A maioria não tem essas ferramentas básicas.
Veja o caso do Brasil: numa população de 189 milhões de pessoas, cerca de 30 milhões têm acesso à internet. Globalmente estima-se em 694 milhões os maiores de 15 anos que acessam a rede - apenas 14% de toda a população mundial nessa faixa etária. Não pense, porém, que o fato de você fazer parte desses 14% de privilegiados lhe garante uma vaga no mercado de trabalho global. Você precisará se virar na hora de falar inglês, porque colaboradores têm de se comunicar e o inglês é a língua escolhida para essa tarefa.
Do you speak english?
Quando um chinês conversa com um francês, ainda que de forma rudimentar, eles usam o inglês. Inglês é, também, a língua que eu usei para me comunicar com a Super. Se meu texto tivesse de ser traduzido do alemão ou do cantonês, isso significaria um acréscimo de tempo e de custo. Da mesma maneira, O Mundo É Plano teria muito menos chance de atrair a atenção de uma editora brasileira se tivesse sido escrito originalmente em sueco.
Como no acesso à internet, a exigência de usar o inglês elimina da concorrência parcelas enormes do planeta. A revista The Economist apresentou (em inglês, é claro) os seguintes números sobre essa questão: apenas cerca de 25% da população mundial ao menos arranha o inglês.
Muitos outros estão tentando tirar o atraso. Tenho um amigo que viajou para a China para ensinar inglês. Ele dava aulas matinais em parques públicos que atraíam milhares de pessoas dispostas a pagar por elas. Paris há um século era a capital da língua global da elite, o francês. Hoje, as crianças parisienses começam a aprender inglês no jardim-de-infância. David Graddol, do Conselho Britânico, o braço cultural global do governo britânico, afirma que "em uma década, cerca de um terço da população mundial estará tentando aprender a falar inglês".
Por hora, quem não sabe falar inglês está fora do jogo - uma péssima notícia para o Brasil. Em minhas visitas ao país, nos anos 90, encontrei um país monolíngüe. Falar inglês não me levava a lugar nenhum.É claro que também o Brasil está se globalizando. Mas até a localização do país atrapalha a jornada dos que tentam se tornar trabalhadores globais. Para quem tem essa idéia na cabeça, o melhor lugar para estar não é Bangalore, capital tecnológica da Índia, que Friedman tanto admira.
Nem a multinacional, multicultural e multidinâmica Toronto, no Canadá, escolhida por Pico Iyer em seu excelente livro The Global Soul ("A Alma Global", sem versão em português). Sem dúvida, não há lugar mais apropriado que um pequeno triângulo num continente freqüentemente acusado de estar se tornando asilo de luxo para sua população envelhecida: a região noroeste da Europa, centrada em Londres, Paris e Bruxelas. Essa área é um laboratório de observação do futuro do trabalho globalizado.

Veja quem são os ilustradores da matéria Você 3.0 na revista
Uma breve história global
Os imigrantes que deixaram Nápoles rumo a São Paulo na virada do século 20 estavam trocando um planeta por outro. Havia muito pouco em comum entre esses dois lugares. A comida era diferente, a música era outra e os hábitos sociais não se pareciam em quase nada. Hoje, com o ciberespaço, eles poderiam ter conseguido um emprego em outro país sem ter de abandonar a macarronada.
Gerentes industriais e editores de revista contratam profissionais como eu, que eles nunca viram pela frente, e que trabalham sentados numa cadeira do outro lado do mundo. A Índia é hoje um dos principais pólos desse tipo de serviço. Friedman encontrou lá contadores cuidando, via internet, do Imposto de Renda de clientes americanos. Viu nerds programando jogos de computador para desenvolvedores na Califórnia. Atendentes de call center em Nova Délhi recebendo telefonemas feitos para o serviço de atendimento de empresas americanas. Achou raios X tirados na madrugada dos EUA sendo examinados em tempo real por médicos na Austrália, onde já era dia. Ao ler O Mundo, até eu pensei em importar da Índia umas pesquisas jornalísticas!
Terrorismo: outro fenômeno globalizado
Nem sempre, porém, a nova realidade é uma maravilha. Talvez o melhor exemplo da nova logística global seja a rede terrorista Al Qaeda. Os ataques de 11/9 foram detonados nos EUA por um time de sauditas comandados por um egípcio educado na Alemanha e guiado por um chefe na zona rural do Afeganistão. As teorias conspiratórias que incluem os governos israelenses e americanos na trama costumam se esquecer o quão fácil se tornou para uma pessoa comum realizar um trabalho global altamente sofisticado - Mohammed Atta, chefe dos seqüestradores, comprou sua passagem no AA.com, site da American Airlines. Simples assim. Ou então pegue a rede global de jornalistas e designers que criou esta reportagem. A idéia original - exemplificar na realização da matéria o fenômeno de que estamos tratando - partiu da redação da revista, em São Paulo.
Por e-mail, fui convidado a escrevê-la aqui de Paris. Enquanto isso, o diretor de arte da Super fuçava sites especializados em busca de ilustradores. Os colaboradores escolhidos eram gente de que ele nunca ouvira falar, espalhados pelo Brasil, Canadá, Espanha e Rússia. Tudo parece muito elaborado, mas na prática o processo inteiro custou a mesma coisa e foi praticamente idêntico ao de qualquer outra reportagem da Super - a única diferença foi que precisamos nos comunicar por Skype ou Messenger em vez de fazer uma reunião ao vivo.
Como participar?
Agora vem a má notícia. A globalização não é uma festa para a qual todos estão convidados - esse é o drama de toda boa festa, aliás. Mesmo que a hostess da porta seja bonitinha, ela decide quem entra e quem não entra com a mesma crueldade de um leão-de-chácara. O que fazer para conseguir um convite?
Aí vai o caminho das pedras. Para ser um trabalhador global, você precisa de duas ferramentas: um computador com internet e domar o inglês. Quando combinados, esses dois requisitos excluem mais de 90% da população do planeta. É um equívoco, portanto, acreditar que não há barreiras para a globalização 3.0. A maioria não tem essas ferramentas básicas.
Veja o caso do Brasil: numa população de 189 milhões de pessoas, cerca de 30 milhões têm acesso à internet. Globalmente estima-se em 694 milhões os maiores de 15 anos que acessam a rede - apenas 14% de toda a população mundial nessa faixa etária. Não pense, porém, que o fato de você fazer parte desses 14% de privilegiados lhe garante uma vaga no mercado de trabalho global. Você precisará se virar na hora de falar inglês, porque colaboradores têm de se comunicar e o inglês é a língua escolhida para essa tarefa.
Do you speak english?
Quando um chinês conversa com um francês, ainda que de forma rudimentar, eles usam o inglês. Inglês é, também, a língua que eu usei para me comunicar com a Super. Se meu texto tivesse de ser traduzido do alemão ou do cantonês, isso significaria um acréscimo de tempo e de custo. Da mesma maneira, O Mundo É Plano teria muito menos chance de atrair a atenção de uma editora brasileira se tivesse sido escrito originalmente em sueco.
Como no acesso à internet, a exigência de usar o inglês elimina da concorrência parcelas enormes do planeta. A revista The Economist apresentou (em inglês, é claro) os seguintes números sobre essa questão: apenas cerca de 25% da população mundial ao menos arranha o inglês.
Muitos outros estão tentando tirar o atraso. Tenho um amigo que viajou para a China para ensinar inglês. Ele dava aulas matinais em parques públicos que atraíam milhares de pessoas dispostas a pagar por elas. Paris há um século era a capital da língua global da elite, o francês. Hoje, as crianças parisienses começam a aprender inglês no jardim-de-infância. David Graddol, do Conselho Britânico, o braço cultural global do governo britânico, afirma que "em uma década, cerca de um terço da população mundial estará tentando aprender a falar inglês".
Por hora, quem não sabe falar inglês está fora do jogo - uma péssima notícia para o Brasil. Em minhas visitas ao país, nos anos 90, encontrei um país monolíngüe. Falar inglês não me levava a lugar nenhum.É claro que também o Brasil está se globalizando. Mas até a localização do país atrapalha a jornada dos que tentam se tornar trabalhadores globais. Para quem tem essa idéia na cabeça, o melhor lugar para estar não é Bangalore, capital tecnológica da Índia, que Friedman tanto admira.
Nem a multinacional, multicultural e multidinâmica Toronto, no Canadá, escolhida por Pico Iyer em seu excelente livro The Global Soul ("A Alma Global", sem versão em português). Sem dúvida, não há lugar mais apropriado que um pequeno triângulo num continente freqüentemente acusado de estar se tornando asilo de luxo para sua população envelhecida: a região noroeste da Europa, centrada em Londres, Paris e Bruxelas. Essa área é um laboratório de observação do futuro do trabalho globalizado.

Veja quem são os ilustradores da matéria Você 3.0 na revista
Terrorismo: outro fenômeno globalizado
Nem sempre, porém, a nova realidade é uma maravilha. Talvez o melhor exemplo da nova logística global seja a rede terrorista Al Qaeda. Os ataques de 11/9 foram detonados nos EUA por um time de sauditas comandados por um egípcio educado na Alemanha e guiado por um chefe na zona rural do Afeganistão. As teorias conspiratórias que incluem os governos israelenses e americanos na trama costumam se esquecer o quão fácil se tornou para uma pessoa comum realizar um trabalho global altamente sofisticado - Mohammed Atta, chefe dos seqüestradores, comprou sua passagem no AA.com, site da American Airlines. Simples assim. Ou então pegue a rede global de jornalistas e designers que criou esta reportagem. A idéia original - exemplificar na realização da matéria o fenômeno de que estamos tratando - partiu da redação da revista, em São Paulo.
Por e-mail, fui convidado a escrevê-la aqui de Paris. Enquanto isso, o diretor de arte da Super fuçava sites especializados em busca de ilustradores. Os colaboradores escolhidos eram gente de que ele nunca ouvira falar, espalhados pelo Brasil, Canadá, Espanha e Rússia. Tudo parece muito elaborado, mas na prática o processo inteiro custou a mesma coisa e foi praticamente idêntico ao de qualquer outra reportagem da Super - a única diferença foi que precisamos nos comunicar por Skype ou Messenger em vez de fazer uma reunião ao vivo.
Como participar?
Agora vem a má notícia. A globalização não é uma festa para a qual todos estão convidados - esse é o drama de toda boa festa, aliás. Mesmo que a hostess da porta seja bonitinha, ela decide quem entra e quem não entra com a mesma crueldade de um leão-de-chácara. O que fazer para conseguir um convite?
Aí vai o caminho das pedras. Para ser um trabalhador global, você precisa de duas ferramentas: um computador com internet e domar o inglês. Quando combinados, esses dois requisitos excluem mais de 90% da população do planeta. É um equívoco, portanto, acreditar que não há barreiras para a globalização 3.0. A maioria não tem essas ferramentas básicas.
Veja o caso do Brasil: numa população de 189 milhões de pessoas, cerca de 30 milhões têm acesso à internet. Globalmente estima-se em 694 milhões os maiores de 15 anos que acessam a rede - apenas 14% de toda a população mundial nessa faixa etária. Não pense, porém, que o fato de você fazer parte desses 14% de privilegiados lhe garante uma vaga no mercado de trabalho global. Você precisará se virar na hora de falar inglês, porque colaboradores têm de se comunicar e o inglês é a língua escolhida para essa tarefa.
Do you speak english?
Quando um chinês conversa com um francês, ainda que de forma rudimentar, eles usam o inglês. Inglês é, também, a língua que eu usei para me comunicar com a Super. Se meu texto tivesse de ser traduzido do alemão ou do cantonês, isso significaria um acréscimo de tempo e de custo. Da mesma maneira, O Mundo É Plano teria muito menos chance de atrair a atenção de uma editora brasileira se tivesse sido escrito originalmente em sueco.
Como no acesso à internet, a exigência de usar o inglês elimina da concorrência parcelas enormes do planeta. A revista The Economist apresentou (em inglês, é claro) os seguintes números sobre essa questão: apenas cerca de 25% da população mundial ao menos arranha o inglês.
Muitos outros estão tentando tirar o atraso. Tenho um amigo que viajou para a China para ensinar inglês. Ele dava aulas matinais em parques públicos que atraíam milhares de pessoas dispostas a pagar por elas. Paris há um século era a capital da língua global da elite, o francês. Hoje, as crianças parisienses começam a aprender inglês no jardim-de-infância. David Graddol, do Conselho Britânico, o braço cultural global do governo britânico, afirma que "em uma década, cerca de um terço da população mundial estará tentando aprender a falar inglês".
Por hora, quem não sabe falar inglês está fora do jogo - uma péssima notícia para o Brasil. Em minhas visitas ao país, nos anos 90, encontrei um país monolíngüe. Falar inglês não me levava a lugar nenhum.É claro que também o Brasil está se globalizando. Mas até a localização do país atrapalha a jornada dos que tentam se tornar trabalhadores globais. Para quem tem essa idéia na cabeça, o melhor lugar para estar não é Bangalore, capital tecnológica da Índia, que Friedman tanto admira.
Nem a multinacional, multicultural e multidinâmica Toronto, no Canadá, escolhida por Pico Iyer em seu excelente livro The Global Soul ("A Alma Global", sem versão em português). Sem dúvida, não há lugar mais apropriado que um pequeno triângulo num continente freqüentemente acusado de estar se tornando asilo de luxo para sua população envelhecida: a região noroeste da Europa, centrada em Londres, Paris e Bruxelas. Essa área é um laboratório de observação do futuro do trabalho globalizado.

Veja quem são os ilustradores da matéria Você 3.0 na revista
Como participar?
Agora vem a má notícia. A globalização não é uma festa para a qual todos estão convidados - esse é o drama de toda boa festa, aliás. Mesmo que a hostess da porta seja bonitinha, ela decide quem entra e quem não entra com a mesma crueldade de um leão-de-chácara. O que fazer para conseguir um convite?
Aí vai o caminho das pedras. Para ser um trabalhador global, você precisa de duas ferramentas: um computador com internet e domar o inglês. Quando combinados, esses dois requisitos excluem mais de 90% da população do planeta. É um equívoco, portanto, acreditar que não há barreiras para a globalização 3.0. A maioria não tem essas ferramentas básicas.
Veja o caso do Brasil: numa população de 189 milhões de pessoas, cerca de 30 milhões têm acesso à internet. Globalmente estima-se em 694 milhões os maiores de 15 anos que acessam a rede - apenas 14% de toda a população mundial nessa faixa etária. Não pense, porém, que o fato de você fazer parte desses 14% de privilegiados lhe garante uma vaga no mercado de trabalho global. Você precisará se virar na hora de falar inglês, porque colaboradores têm de se comunicar e o inglês é a língua escolhida para essa tarefa.
Do you speak english?
Quando um chinês conversa com um francês, ainda que de forma rudimentar, eles usam o inglês. Inglês é, também, a língua que eu usei para me comunicar com a Super. Se meu texto tivesse de ser traduzido do alemão ou do cantonês, isso significaria um acréscimo de tempo e de custo. Da mesma maneira, O Mundo É Plano teria muito menos chance de atrair a atenção de uma editora brasileira se tivesse sido escrito originalmente em sueco.
Como no acesso à internet, a exigência de usar o inglês elimina da concorrência parcelas enormes do planeta. A revista The Economist apresentou (em inglês, é claro) os seguintes números sobre essa questão: apenas cerca de 25% da população mundial ao menos arranha o inglês.
Muitos outros estão tentando tirar o atraso. Tenho um amigo que viajou para a China para ensinar inglês. Ele dava aulas matinais em parques públicos que atraíam milhares de pessoas dispostas a pagar por elas. Paris há um século era a capital da língua global da elite, o francês. Hoje, as crianças parisienses começam a aprender inglês no jardim-de-infância. David Graddol, do Conselho Britânico, o braço cultural global do governo britânico, afirma que "em uma década, cerca de um terço da população mundial estará tentando aprender a falar inglês".
Por hora, quem não sabe falar inglês está fora do jogo - uma péssima notícia para o Brasil. Em minhas visitas ao país, nos anos 90, encontrei um país monolíngüe. Falar inglês não me levava a lugar nenhum.É claro que também o Brasil está se globalizando. Mas até a localização do país atrapalha a jornada dos que tentam se tornar trabalhadores globais. Para quem tem essa idéia na cabeça, o melhor lugar para estar não é Bangalore, capital tecnológica da Índia, que Friedman tanto admira.
Nem a multinacional, multicultural e multidinâmica Toronto, no Canadá, escolhida por Pico Iyer em seu excelente livro The Global Soul ("A Alma Global", sem versão em português). Sem dúvida, não há lugar mais apropriado que um pequeno triângulo num continente freqüentemente acusado de estar se tornando asilo de luxo para sua população envelhecida: a região noroeste da Europa, centrada em Londres, Paris e Bruxelas. Essa área é um laboratório de observação do futuro do trabalho globalizado.

Veja quem são os ilustradores da matéria Você 3.0 na revista
Do you speak english?
Quando um chinês conversa com um francês, ainda que de forma rudimentar, eles usam o inglês. Inglês é, também, a língua que eu usei para me comunicar com a Super. Se meu texto tivesse de ser traduzido do alemão ou do cantonês, isso significaria um acréscimo de tempo e de custo. Da mesma maneira, O Mundo É Plano teria muito menos chance de atrair a atenção de uma editora brasileira se tivesse sido escrito originalmente em sueco.
Como no acesso à internet, a exigência de usar o inglês elimina da concorrência parcelas enormes do planeta. A revista The Economist apresentou (em inglês, é claro) os seguintes números sobre essa questão: apenas cerca de 25% da população mundial ao menos arranha o inglês.
Muitos outros estão tentando tirar o atraso. Tenho um amigo que viajou para a China para ensinar inglês. Ele dava aulas matinais em parques públicos que atraíam milhares de pessoas dispostas a pagar por elas. Paris há um século era a capital da língua global da elite, o francês. Hoje, as crianças parisienses começam a aprender inglês no jardim-de-infância. David Graddol, do Conselho Britânico, o braço cultural global do governo britânico, afirma que "em uma década, cerca de um terço da população mundial estará tentando aprender a falar inglês".
Por hora, quem não sabe falar inglês está fora do jogo - uma péssima notícia para o Brasil. Em minhas visitas ao país, nos anos 90, encontrei um país monolíngüe. Falar inglês não me levava a lugar nenhum.É claro que também o Brasil está se globalizando. Mas até a localização do país atrapalha a jornada dos que tentam se tornar trabalhadores globais. Para quem tem essa idéia na cabeça, o melhor lugar para estar não é Bangalore, capital tecnológica da Índia, que Friedman tanto admira.
Nem a multinacional, multicultural e multidinâmica Toronto, no Canadá, escolhida por Pico Iyer em seu excelente livro The Global Soul ("A Alma Global", sem versão em português). Sem dúvida, não há lugar mais apropriado que um pequeno triângulo num continente freqüentemente acusado de estar se tornando asilo de luxo para sua população envelhecida: a região noroeste da Europa, centrada em Londres, Paris e Bruxelas. Essa área é um laboratório de observação do futuro do trabalho globalizado.

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Para saber mais
Mundo é PlanoThomas Friedman, Objetiva, 2006.The Global SoulPico Iyer, Bloomsbury Publishing, EUA, 2001.
O melhor do mundo será de graça, diz Chris Anderson
O criador da Teoria da Cauda Longa e editor da revista americana Wired fala à SUPER sobre o futuro da internet, o punk e o que move as pessoas
Por Pedro Burgos Chris Anderson não é economista, mas nunca achou que as teorias econômicas explicassem o mundo em que vivemos hoje. Pirataria é ruim? A mídia de massa ainda dita quem vai ser sucesso? Editor-chefe da revista Wired e autor do livro A Cauda Longa, Chris Anderson prepara um nova obra, desta vez sobre a economia do gratuito. Para ele, não é só o dinheiro que move as pessoas mas também a vontade de reconhecimento e o sentimento comunitário. Em rápida passagem por São Paulo para dar uma palestra e estudar o fenômeno de Tropa de Elite e da música tecnobrega – fenômeno do Pará em que as músicas são feitas coletivamente –, Chris, uma das 100 pessoas mais influentes do mundo segundo a revista Time, falou à Super. A Teoria da Cauda Longa fala de sucessos com públicos pequenos e variados. Isso não existia antes? Antes da internet, era muito mais difícil aparecer na mídia de massa. Era ela ou quase nada. Hoje, a internet agrega várias subculturas, o que é ótimo para gente como eu, que nunca fiquei satisfeito com a cultura do tamanho único para todos. Eu não via TV, não gostava do rádio, não gostava das minhas opções, e não havia a internet lá atrás. A única opção era algo mais “roots”, uma subcultura de rua. Para mim era a subcultura do punk-rock, para outros era a do hip-hop, ou dos hackers ou das drogas. Então a internet favoreceu a vida dos artistas underground, que não esperam um grande público? Tudo que você vê hoje na internet é um eco do espírito original do punk. Tem muito da filosofia do faça você mesmo, antiestabilishment, antigravadoras, traços que ganharam força com a produção digital. Em muitos sentidos, a Teoria da Cauda Longa é influenciada pela minha experiência como jovem dos anos 80. Eu não fui à universidade até ter 27 anos. Era um cara que largou o ensino médio e depois largou a faculdade. Gastei os meus vinte e poucos anos tocando em bandas de punk-rock. Naquela época, era possível fazer seus próprios discos em fabriquetas, com tiragem de 200 ou 300 cópias. Era possível fazer a própria distribuição, mandar por correio ou levar para vender em lojas menores. Dava pra tocar até nas garagens, ensaiar lá, comprar guitarras usadas. A internet vem dessa cultura de garagem e a fortaleceu. Quando eu era criança, nos anos 80, podia conversar com a minha mãe sobre Michael Jackson ou novelas. Hoje não há como eu falar com ela sobre Heroes ou Halo 3. Você não acha que a cultura de massa tem um lado bom de unir as pessoas? Sim, é verdade. Há prós e contras. Estamos nos fragmentando como cultura. Há bem menos chances de as pessoas terem denominadores culturais comuns do que anos atrás. É o que acontece quando as pessoas têm mais escolhas. Perdemos as ligações culturais superficiais, como a televisão. Mas, em compensação, ganhamos conexões mais profundas. Eu e você provavelmente não ouvimos o mesmo tipo de música, nem os mesmos programas de TV. Mas vamos supor que estamos conversando e percebemos que ambos gostamos de... Lego. Os robôs do Lego. Então estabelecemos uma conexão que mais ninguém nesta sala tem, uma conexão bem mais interessante que a de um programa de TV como Lost, que todos assistem. A mídia tem o poder de decidir o que é moda? Ainda tem. Eu e você escrevemos para grandes revistas e temos muitos leitores. Mas os indivíduos têm cada vez mais força, como nos blogs ou nos grupos de discussão. Tenho mais influência no blog do que na Wired. É claro que a revista é grande: atinge 8 milhões de leitores e eu não chego a tantas pessoas no blog. Mas a minha influência individual é maior lá. Na revista, é meio difusa. Eu tenho um contato muito mais direto com os meus 50 mil leitores do blog. O seu último livro demorou mais para ser escrito por causa do blog? Sim. Para mim, o blog serve como uma versão beta das idéias. Você não usa um software que não passou por diversos testes, não lê um artigo científico que não tenha sido examinado pelos pares. Por que seria diferente com um livro? Eu o testo no meu blog, lanço as idéias e as pessoas comentam e trazem coisas novas. Demora mais, mas faz com que o livro seja melhor. Quero escrever um monte de coisas que não entrarão no livro só para explorar melhor o argumento. Mas dá para confiar nos blogs? Muita gente acha difícil confiar no que está escrito na internet. Mas basta entender que a Wikipedia é a melhor coisa que aconteceu nos últimos 10 anos para acreditar que há muita coisa confiável por lá. O número de pessoas que têm conhecimento, que querem se expressar e sabem como fazer isso é muito maior que o de escritores ou jornalistas profissionais. A qualidade do produto vai aumentar com a expansão da gama de colaboradores, como acontece na Wikipedia. Costuma-se dizer que as pessoas hoje estão mais egoístas, mas então como explicar a disposição para participar de idéias coletivas, como a Wikipedia? É a economia do gratuito, tema do meu próximo livro. Está cada vez mais claro que é um erro acreditar que o dinheiro decide tudo. Sim, as pessoas ainda são guiadas pelo interesse próprio, mas não quer dizer que ele seja monetário. Pode ser por reputação, atenção, expressão, respeito, sentido de comunidade. Há vários motivos para as pessoas se expressarem e contribuírem. Não sabíamos o quão abrangentes e interessantes esses incentivos eram porque não tínhamos dado essas ferramentas antes aos usuários. Se alguém dissesse há 10 anos que as pessoas que escrevem e publicam na internet fariam isso de graça, ninguém acreditaria. O seu próximo livro [provisoriamente intitulado Free, “livre”, em inglês] será gratuito? Gratuito para download, e outros formatos digitais, mas cobrarei pelo livro físico. O download é gratuito porque o custo é zero. E o preço segue o custo. Há uma onda de obras sobre tendências, como O Ponto de Desequilíbrio, O Mundo é Plano e Freakonomics. Seus livros se encaixam nessa onda? Sim. São livros sempre escritos por jornalistas que não são da área de economia. Acho que economia de cultura pop é um tópico interessante e em alta hoje em dia. É uma interseção de vários assuntos legais, é a ciência das nossas vidas. No próximo livro, você diz que o desafio é dar um produto de graça que renda dinheiro com as coisas em volta. Como isso se explicaria na prática? O dinheiro vem com os serviços Premium. A maioria das pessoas usa Skype de graça. Há 80 milhões de usuários, mas apenas algumas centenas de milhares pagam pelo Premium, que dá mais benefícios.
A economia do gratuito pode deixar o meio digital e chegar ao meio físico? Sim. Nos EUA, é muito comum ter um celular de graça. Se você fizer um plano de fidelidade de dois anos, tem um celular grátis. A idéia pode se estender até mesmo para carros gratuitos. O modelo antigo era que o carro era caro e o combustível barato. Agora o combustível está ficando muito caro e, comparativamente, o carro é barato. Nos EUA, já existe uma empresa que dá o carro de graça e cobra pela exclusividade do combustível. Da mesma forma, a pirataria pode ser uma forma efetiva de marketing. O filme Tropa de Elite, aqui do Brasil, foi largamente pirateado e ainda assim virou um sucesso de bilheteria. Os vendedores de rua têm mais impacto e influenciam mais o consumidor que a publicidade tradicional. Os cineastas brasileiros reclamam que não há canais de distribuição suficientes. Mas não querem ter seus filmes pirateados. Todo cineasta do mundo reclama disso. Como resolver? Esqueça o cinema, vá de dvd. Distribuição na rua é bom se você não espera ganhar dinheiro com a venda. Os cineastas brasileiros têm os filmes subsidiados pelo governo, por isso não precisam ganhar dinheiro. Eles fazem o filme pela reputação, pelo impacto no público. Por isso têm mais é que deixar o mercado decidir. Se as pessoas não querem pagar pelo produto, ok, arranjamos outra maneira de ganhar dinheiro. Afinal, estamos aqui para isso, certo? Entenda a Teoria da Cauda Longa Já ouviu falar da banda Superchunk? Não? E da Soho Dolls? Não tem problema. No mundo de hoje, o megassucesso, aquele hit que a rádio tocava sem parar e todo mundo sabia de cor, dá lugar a bandas com um público fiel e pequeno, uma cauda longa dividida em vários e pequenos hits. Talvez você nem se lembre, mas há alguns anos a única opção para conseguir novas músicas, filmes e livros era ir às lojas. E o gráfico de vendas de uma loja tradicional tinha uma “cabeça grande” (poucos produtos representavam boa parte do lucro) e uma “cauda curta” (como não havia muitas opções, os menos populares vendiam pouco). Estudando os dados de lojas virtuais como a Amazon.com ou serviços como o iTunes, Chris Anderson concluiu que, quando têm opções, as pessoas gostam de procurar alternativas aos hits, seja em música, seja em tipos de cerveja. Como na internet o “espaço de prateleira” é quase infinito, ao contrário das lojas físicas, uma variedade muito maior de produtos foi disponibilizada para atender à demanda. Em uma economia assim, onde os produtos de nicho são cada vez mais importantes, o gráfico de vendas tem uma cauda mais longa. É lá que estão as bandas obscuras com fãs ardorosos e seus fotologs. Quem é Chris Anderson: Ele tem 46 anos, é casado e tem 4 filhos. Mora em Berkeley, Califórnia. Seu tataravô, Jo Labadie, foi o fundador do movimento anarquista nos EUA no século 19. Tinha uma banda chamada REM. Quando uma rádio descobriu que havia outra com o mesmo nome (hoje, famosa), ele organizou um duelo. Foi o último show de sua banda. Adora o game Guitar Hero e emprestou a voz para o jogo Halo 3. Apesar de ser jornalista com passagens pelas revistas The Economist e Nature, é formado em física. Seu atual hobby é construir aviões de controle remoto. “Ainda não fui preso por isso”, diz.
Para saber mais
Mundo é PlanoThomas Friedman, Objetiva, 2006.

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